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He Jiankui

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He Jiankui (chinês simplificado: 贺建奎; nascido em 1984) é um cientista chinês, que trabalhou na SUSTech, em Shenzhen, China até janeiro de 2019. O cientista foi desligado após um inquérito conduzido pelas autoridades chinesas que questionaram a legalidade dos procedimentos utilizados em sua pesquisa, que culminaram com o seu desligamento da Universidade.[1]

He Jiankui ficou conhecido em novembro de 2018, após ter anunciado que teria criado os primeiros humanos geneticamente modificados utilizando a técnica do CRISPR/Cas, causando questões sobre a ética de suas ações.

Em 2019, o Tribunal Popular de Shenzhen do distrito de Nanshan condenou He Jiankui a três anos de prisão e multou-lhe 3 milhões de yuans (R$1.728.450,00)[2] por violar a proibição do governo de usar tecnologias de edição de genes para criar seres humanos "…em busca da fama e ganho pessoal", resultando em "perturbação da ordem médica".[3]He Jiankui foi libertado da prisão em 2022.[4]

He Jiankui foi um pesquisador pela universidade chinesa SUSTech, mas ele estava sob licença não remunerada desde fevereiro de 2018. Jiankui pesquisava sobre CRISPR/Cas na universidade. Em novembro de 2018, Jiankui revelou que havia editado o gene CCR5 em dois embriões humanos, com o objetivo de que os bebês não expressassem um receptor para o vírus HIV. As garotas, que o cientista chamou de "Lulu" e "Nana", nasceram poucas semanas antes do anúncio do cientista. A pesquisa foi duramente criticada, sendo considerado um experimento perigoso e prematuro por parte de Jiankui.[5][6][7][8] No dia 29 de novembro, as autoridades chinesas suspenderam todas as atividades de pesquisa de Jiankui, afirmando que suas pesquisas violavam leis chinesas.[9][10][11][12] Uma pesquisa de 2019 mostra que a mesma alteração introduzida no DNA das meninas, a exclusão de um gene chamado CCR5, não apenas torna ratos mais inteligentes, mas também melhora a recuperação do cérebro humano após um derrame e pode estar ligado a um maior sucesso escolar[13]

As investigações conduzidas pelas autoridades chinesas concluíram que "ele deliberadamente evitou a supervisão" de seus estudos, ao reunir uma equipe para prosseguir com sua pesquisa e buscar financiamentos privados, com o objetivo de obter "fama e lucro", conforme informação da agência de notícia chinesa. O relatório ainda afirma que ele forjou publicações da revisão ética do seu trabalho, com o intuito de atrair voluntários para o procedimento e que a segurança dos voluntários teria sido negligenciada, por parte do pesquisador. Por decreto, a China proíbe a edição genética de bebês.[1]

No dia 21 de janeiro de 2019, após a conclusão das investigações, a Universidade publicou um comunicado em seu site informando a demissão do cientista "A SUSTech rescindiu o contrato do Dr. Jiankui He e encerrou todas as suas aulas e pesquisas na universidade", dizia o comunicado.[1] O experimento desencadeou uma controvérsia internacional e a comunidade científica mundial o rejeitou. O escândalo custou-lhe a sua posição na universidade e a liderança de uma empresa de biotecnologia que ele fundou. Comentários rotularam He como um "ladino", "Frankenstein da China" e "estupendamente imoral".[14]

He Jiankui fala sobre duas meninas chinesas, Lulu e Nana que nasceram saudáveis após a terapia CRISPR

No dia 10 de junho de 2017, dois casais vieram para a Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul (SUSTech) para discutir se eles iriam participar de um experimento médico que nenhum pesquisador jamais ousou realizar. Os casais chineses, que estavam tendo problemas de fertilidade, reuniram-se em torno de uma mesa de conferência para se encontrar com He Jiankui. Ele e seu pós-doutorado orientaram os casais através de formulários de consentimento de tratamento[15] que descreviam o que muitos especialistas em ética e cientistas consideram uma proposta muito mais assustadora.[16]

Em novembro de 2018, Jiankui revelou que havia editado o gene CCR5 em dois embriões humanos, com o objetivo de que os bebês não expressassem um receptor para o vírus HIV. As garotas, que o cientista chamou de "Lulu" e "Nana", nasceram poucas semanas antes do anúncio do cientista. A pesquisa foi duramente criticada, sendo considerado um experimento perigoso e prematuro por parte de Jiankui.[5][6][7][8] No dia 29 de novembro, as autoridades chinesas suspenderam todas as atividades de pesquisa de Jiankui, afirmando que suas pesquisas violavam leis chinesas.[9][10][11][12]

Por decreto, a China proíbe a edição genética de bebês.[1] No dia 21 de janeiro de 2019, após a conclusão das investigações, a Universidade publicou um comunicado em seu site informando a demissão do cientista "A SUSTech rescindiu o contrato do Dr. Jiankui He e encerrou todas as suas aulas e pesquisas na universidade", dizia o comunicado.[1] A Rússia também anunciou a intenção de editar genes em embriões humanos para desabilitar o gene CCR5.[17]

Referências

  1. a b c d e «Cientista chinês que criou 'bebês editados' é demitido de universidade». Portal globo.com. Rede Globo. 21 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2019 
  2. Joseph,STAT, Andrew. «CRISPR Babies Scientist Sentenced to 3 Years in Prison». Scientific American (em inglês). Consultado em 30 de dezembro de 2019 
  3. «CRISPR Scientist Gets Three Years of Jail Time For Creating Gene-Edited Babies». Gizmodo (em inglês). Consultado em 30 de dezembro de 2019 
  4. «A controversial Chinese CRISPR scientist is still hopeful about embryo gene editing. Here's why.». MIT Technology Review (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2024 
  5. a b Cyranoski, David; Ledford, Heidi (novembro de 2018). «Genome-edited baby claim provokes international outcry». Nature (em inglês). 563 (7733): 607–608. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/d41586-018-07545-0 
  6. a b «Cientista chinês que editou genes em embriões é criticado em congresso». G1. 29 de novembro de 2018. Consultado em 29 de novembro de 2018 
  7. a b Pascual, Victoria (28 de novembro de 2018). «Cientista chinês que modificou geneticamente dois bebês defende seu experimento». El País. Consultado em 29 de novembro de 2018 
  8. a b «Cientista que diz ter criado bebês com genes alterados anuncia pausa nos testes». Folha de S. Paulo. 28 de novembro de 2018. Consultado em 28 de novembro de 2018 
  9. a b Jiang, Steven; Regan, Helen; Berlinger, Joshua (29 de novembro de 2018). «China suspends scientists who claim to have produced first gene-edited babies». CNN News (em inglês). Consultado em 29 de novembro de 2018 
  10. a b Tismoo (6 de dezembro de 2018). «Cientistas da Tismoo se posicionam sobre o caso das bebês geneticamente modificadas». Tismoo. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  11. a b Cyranoski, David (28 de novembro de 2018). «CRISPR-baby scientist fails to satisfy critics». Nature (em inglês). Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  12. a b CohenNov. 28, Jon; 2018; Pm, 1:45 (28 de novembro de 2018). «Ethics aside, does the CRISPR baby experiment make scientific sense?». Science | AAAS (em inglês). Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  13. Antonio Regalado (21 de fevereiro de 2019). «China's CRISPR twins might have had their brains inadvertently enhanced». MIT Technology Review (em inglês). Consultado em 3 de março de 2019. (pede registo (ajuda)) 
  14. Yan, Sophia (28 de novembro de 2018). «China's 'Dr Frankenstein' says second woman in early pregnancy with gene-edited babies». The Telegraph (em inglês). ISSN 0307-1235 
  15. Jiankui, He (2017). «INFORMED CONSENT» (PDF). Gender, Birth ID by the Delivery Hospital 
  16. CohenAug. 1, Jon; 2019; Am, 11:30 (30 de julho de 2019). «The untold story of the 'circle of trust' behind the world's first gene-edited babies». Science | AAAS (em inglês). Consultado em 1 de agosto de 2019 
  17. Gent, Edd (20 de junho de 2019). «CRISPR in Russia: The World's Next Gene-Edited Babies May Not Be Far Away». Singularity Hub (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2019 

Ligações externas

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